Quando janto em restaurantes
Deolinda, Dois selos e um carimbo, 2010
Quando janto em restaurantes
com o meu grupo de amigos
todos me pedem que eu cante
e eu adio o seu pedido.
- Canta lá só num instante!
- Mais daqui a um bocadinho...
Trazem o primeiro prato
e mais vinho para a mesa
e pedem que eu cante um fado
e eu adio a surpresa...
- Anda lá, é só um fado!
- Só depois da sobremesa...
REFRÃO
Ora vai
acima, ora vai abaixo
ora vai ao
centro, desta já me safo.
Desta já me
safo, mas eu não me livro.
Ora bota
abaixo, ora volta ao cimo.
Vem nova dose de vinho
e a segunda pratada
eles apertam comigo
para mostrar a minha garra.
- Vá lá canta um fadinho!
- Faltam-me aqui as guitarras...
A sobremesa é servida
entre um monte de garrafas
pedem-me uma conhecida
improvisam a guitarra.
- Canta, não sejas vendida!
- Eu já canto daqui a nada...
REFRÃO
Eu insisto com a nega
eles insistem com o pedido
e eis que o café chega
entre dois copos de vinho.
- Canta lá que é pr'á sossega...
- Eu canto já num instantinho...
Encolhida no meu canto
à pancadaria assisto
é que eles bebem tanto
e querem pagar poucachinho.
É então que eu me levanto
e lá me escapo de mansinho...
REFRÃO
Desta já me
safo, eu já me livrei!
Ora bota
abaixo, esta eu já cantei!
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